Em 2017, um arqueólogo, que investigava vestígios de antigas civilizações num dos arquipélagos da Indonésia, descobriu numa caverna, oculta pela vegetação, um painel com cinco metros de pinturas rupestres, que se calcula terem mais de 44.000 anos. As pinturas de Sulawesi constituem não apenas a mais antiga representação humana de trabalho em grupo, mas também a primeira representação simbólica, conhecida, dos papéis que cada um dos membros parece assumir no grupo de caçadores.
A eficácia do trabalho em equipa foi sempre reconhecida como indissociável da confiança e da segurança psicológica que qualquer grupo proporciona aos seus membros. Nenhuma equipa, por mais talentosas que sejam as pessoas, pode ser eficaz quando os seus membros desconfiam uns dos outros e se sentem injustiçados ou ignorados.
Com o advento do trabalho à distância, a confiança e a segurança psicológica que lhes estão associadas passaram a ter uma redobrada importância. O team leader tornou-se um ator central no desempenho da função de pivot, na relação entre a organização e as pessoas geograficamente distantes e na criação de sentimentos de segurança psicológica indispensáveis para gerar sentimentos de pertença e envolvimento, que constituem o combustível mais eficaz para o sucesso de um grupo de trabalho. Nenhuma equipa capitaliza aprendizagens quando as pessoas se salvaguardam de situações que percecionam como potencialmente prejudiciais e se defendem através do silêncio e da falsa acomodação.
Qualquer grupo só dá o melhor de si quando existe um sentimento partilhado de garantia de igualdade de oportunidades e o poder de falar sem o receio de ser julgado ou prejudicado.
Num contexto de regime híbrido ou trabalho remoto a disponibilidade para dar a cada membro da equipa o “span of attention“ num check-in semanal, que não tem como objetivo falar de trabalho, mas de sentimentos, perceções, receios e expetativas – no exercício pleno de liderança emocional – efetuado, semana após semana, pelo team leader, pessoalmente ou por qualquer outra forma de comunicação, com o objetivo de reforçar os níveis de realização humana de cada colaborador. O span of attention tornou-se um ritual semanal em empresas como a Amazon, a Patagónia ou a Cisco, cujos team leaders fazem três milhões de “check-ins” por ano para criar nos empregados a convicção de que a empresa se preocupa genuinamente com eles/elas, como pessoas e não como meras peças de uma engrenagem.